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Lesões pré-malignas da cavidade oral
O câncer de boca é a sexta neoplasia maligna mais comum no mundo. Existe uma associação muito forte entre a origem dessa neoplasia e o consumo de cigarro e álcool. Recentemente outros agentes etiológicos vêm sendo implicados na gênese dessa neoplasia, destacando-se principalmente o Papilomavírus humano.
O câncer de boca acomete mais frequentemente indivíduos com idade entre 40 e 60 anos, porém estudos recentes vêm mostrando incidência cada vez maior em faixas etárias menores.
Estudos estatísticos e epidemiológicos vêm mostrando que a incidência de câncer de boca na população com idade inferior a 40 anos aumentou de 3% em 1973 para 6% em 1993, e a maioria desses indivíduos afetados não fumavam nem bebiam.
Infelizmente apesar da facilidade do exame da cavidade oral, muitos casos de câncer de boca são diagnosticados em estádios avançados. A detecção dessas lesões em estádios iniciais tem um impacto significativo no prognostico dessa doença.
Com o objetivo de se prevenir a evolução de uma lesão pré-maligna para um câncer de boca, vários métodos de diagnóstico e de screening vem sendo desenvolvidos.
A prevalência de lesões pré-malignas tem taxas variáveis de acordo com a população estudada e dos métodos diagnósticos empregados; apesar dessa limitação as prevalência aceita para essa afecção varia de 1 a 5%. A maioria dos pacientes afetados estão entre a 4 e 6 décadas.
As lesões pré-malignas são diagnosticas mais frequentemente na mucosa jugal, gengiva inferior e soalho da boca.
Muitos casos de câncer de boca originam-se a partir de uma lesão pré-maligna; estudos prospectivos mostram que as taxas de transformação de uma lesão pré-maligna para uma maligna varia de 1 a 18%.
Varias lesões pré-malignas são conhecidas, incluindo as leucoplasias, eritroplasias, lesão do palato secundaria ao uso reverso do cigarro, fibrose oral submucosa, lúpus eritematoso discoide e algumas alterações hereditárias como a disceratose congênita e a epidermolise bolhosa.
LEUCOPLASIAS
Seta mostra Leucoplasia em mucosa jugal |
Seta mostra Leucoplasia em borda lateral da língua |
Seta mostra Leucoplasia em gengiva inferior |
Seta mostra leucoplasia em palato |
Ressecção de leucoplasia em palato com Laser |
São placas brancas que não desaparecem com a raspagem de instrumentos, firmemente aderidas à mucosa subjacente e também não estão associadas a nenhuma outra doença.
ERITROPLASIAS
Seta mostra eritroplasia em soalho de boca |
Seta mostra eritroplasia em borda lateral de língua |
São menos frequentes que as leucoplasias; apresentam maiores taxas de transformação maligna e o tratamento cirúrgico está sempre indicado. Em alguns estudos 51% das eritroplasias apresentam o carcinoma invasivo, 40% apresentam carcinoma in situ e 9% já apresentam displasias moderadas ou leves.
TRATAMENTO
Conservador, Tópico e Cirurgico .
Conservador : suspender o uso de cigarro e álcool, alimentação (lycopen) + higiene oral e tratamento de infecções secundárias (candidíase).
Tópico : Terapia fotodinâmica, quimioterapia tópica (dimetil sulfoxide de bleomicina a 1%), chá misto, e cetorolaco.
Cirúrgico : Excisão da lesão e rotação de retalhos de mucosa ou enxertos de pele. Uso do laser.
IMPORTANTE : Seguimento rigoroso para prevenção do aparecimento de recorrências ou segundo primário.